Eficácia das Palestras Motivacionais

Nós, da SCCorp¸ estamos envolvidos nas estruturas da comunicação corporativa e relacionamento interpessoal há muito, muito tempo. Tempo suficiente para termos concebido alguns conceitos especiais e os aplicado no ambiente de alguns Clientes, com as respectivas autorizações. Em alguns casos, esses conceitos são assimilados bem antes de o mercado passar a referenciá-los em textos e eventos institucionais.

Um desses conceitos se refere a palestras e livros motivacionais. Desde que tivemos contato em nossa carreira com as primeiras experiências com tais instrumentos, percebemos que algo não se encaixava exatamente como o prometido. Temos procurado mecanismos para medir a eficácia das chamadas palestras motivacionais. E, no frigir dos ovos, não chegamos a algo promissor.

Convém ressaltar que esta explanação em nada fere a ética profissional referencialmente aos palestrantes, motivadores e os hoje chamados facilitadores. Muito pelo contrário, tenciona-se destacar sua capacidade.

A atenção humana é especificidade muito particular e tem sido objeto de estudos das ciências afins à Psicologia. Observa-se muito, mas sabe-se pouco e, de tudo que se sabe, aprendeu-se que cada indivíduo tem seu próprio nível de atenção e lembranças e, ainda assim, dependendo de seu estado de humor. Ou seja, a capacidade de atenção e retenção de lembranças é circunstancial.

Além desse fator, há outro já discutido neste site: uma ideia ou conceito jamais é assimilado exatamente como é explanado. Neste contexto, as crônicas, os exemplos, as histórias, a discorrência, a abordagem enunciados pelo palestrante jamais serão compreendidos exatamente como ele desejará.

Isso explicado, divaguemos. O objetivo de uma sessão motivacional, em âmbito corporativo, é manter os colaboradores produtivos, assertivos e focados. O palestrante prepara o trabalho com profissionalismo, carinho e grande expectativa. Pesquisa em suas fontes crônicas de situações relevantes e maneira adequada de as expor. Durante longo período antes, desenvolveu técnicas de oratória, expressão e dissertação. Ou seja, tudo está planejado para dar certo e corresponder às expectativas tanto do profissional quanto de seu cliente, bem como dos participantes.

Contudo, há seres humanos como elemento principal. Cada um com verdadeiros universos de possibilidades dentro da cabeça, com seus conflitos, anseios, receios, entraves etc., isto é, um conjunto pleno de idiossincrasias naturais. A tudo isso, somam-se a pressão por se manter o emprego, a consciência dos custos financeiros e psicológicos envolvidos no evento, a sensação de empregadores cada vez mais exigentes e mercado cada vez mais inconstante.

Eis, então, a fórmula da solução paliativa. Por um certo período, com as palavras do palestrante ainda frescas, o ambiente corporativo parece diferente, com colaboradores exprimindo a todo instante tudo o que foi assimilado. Os exemplos do palestrante são discutidos no café, a frase de efeito dita por ele é mencionada uma ou duas vezes por dia, as piadinhas durante a sessão são usadas contra um ou outro colega, os objetivos corporativos se apresentam mais próximos.

Entretanto, esse certo período não é suficiente para expressar a relação custo-benefício de maneira clara porque dura um ou dois meses, no máximo. Pouco antes disso, as características individuais começam a se mostrar novamente. A insegurança de um, os minitraumas de outro, a ambição de um terceiro, o egoísmo de mais outro acabam engolindo os conceitos explicados na palestra.

Isto se dá por motivos principais: o palestrante faz uso da própria percepção para discorrer sobre um problema; o participante se sente o pior dos derrotados se não se motivar como o esperado. Ao usar a própria percepção, o palestrante via de regra fantasia tanto o problema para torná-lo quase intransponível justamente para enaltecer a capacidade de quem o transpôs. Assim, a crônica e sua moral de história se encaixa perfeitamente na consciência do participante. Por seu lado e notando força na lógica do palestrante, o participante se vê obrigado a aceitar que a desmotivação é produto única e tão somente de sua incapacidade de se levantar, de se inspirar, de sua fraqueza.

Mais ou menos como a pressão que muitos fiéis sentem nas palavras do pastor: tenha fé, confie, aumente sua fé e sua confiança. (Se você não vencer, é porque não tem fé suficiente.)

Um dos próximos textos deste site vai discutir a lógica das crônicas motivacionais.

Aguardem!