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Expressividade: construção da mensagem

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O ato de comunicar-se bem nunca foi tão necessário quanto nos dias atuais. Não somente por conta da crise de Saúde mundial, mas porque há muitos instrumentos de comunicação fácil oferecidos pelos avanços da tecnologia. Com isso, as pessoas passaram a emitir opinião, expor visão e construir conceitos sobre praticamente todos os temas possíveis. E impossíveis também.

O problema é que comunicar-se não é tão simples, como a gente já teve chance de alertar em diversos textos aqui. Quando você emite uma mensagem verbalmente, dispõe de elementos auxiliares – gestos, expressão facial e corporal, olhares etc. – para que ela chegue ao emissor com o menor ruído possível, posto que é praticamente impossível não haver algum. Quando escreve, eles são inúteis.

Crédito: Qualis Editora

Não se fala aqui especificamente de erros gramaticais – concordância verbal, pontuação, conjunções indevidas etc. – ou ortográficos – letras trocadas, acentuação etc. Fala-se aqui de detalhes na construção de um texto relacionados à expressividade, à coesão, à lógica nas entrelinhas.


O que é o “bem comunicar”

Estudiosos de comunicação menos ortodoxos dizem que basta que a mensagem seja assimilada para que a comunicação se mostre completa. O problema desse conceito é saber quando a mensagem foi bem assimilada ou, no mínimo, assimilada.

Exemplo da complexidade desse tipo de conceito:

– Pedro e João foram ao cinema.

O objetivo dessa oração é informar que dois cidadãos se deslocaram até um ambiente em que se apresentam filmes.

Entretanto, a oração está “solta no espaço”, o que cria uma série de possibilidades de interpretação.

Comunicar-se bem
Comunicar-se bem faz bem a que emite e a quem recebe

Nesse caso, a mensagem foi assimilada, mas a comunicação não está completa. É preciso construir um contexto em torno dela – da mensagem. Ou seja, completar a ideia com situações informativas.

Isso é construir uma mensagem.

Contextos em torno de uma ideia

Um dos mais graves problemas na criação de um texto é inclusão de várias ideias (mensagens) no mesmo parágrafo. Isso torna a leitura travada, pois faz o leitor avaliar e reavaliar o que lê para compreender a mensagem em si. Via de regra, tal problema nem é falta de traquejo do redator. O próprio mecanismo cerebral provoca acúmulo de ideias durante o ato de redigir.

Crédito: Assinatura

Diz-se, então, que o próprio cérebro busca meios para contextualizar a mensagem. Nesse caso, convém ter certos cuidados no momento de fundamentar a ideia central de um trecho ou mesmo de todo o texto.

Assim, ao expressar uma ideia em um trecho, conduza a contextualização de maneira racional. Passe informações que realmente digam respeito a tal ideia.

Informe o tempo do fato, além de ambiente, motivos, consequências etc., levando sempre em conta a questão de lógica, de coesão textual.

Veja abaixo exemplo de contextualização para a frase destacada acima.

Pedro e João foram ao cinema ontem. Assim, não poderiam participar da reunião de condomínio. Haviam já comunicado suas ausências porque, sendo irmãos críticos de arte cinematográfica, tratou-se de trabalho de ambos


Contexto lógico e coeso

Acima, destacou-se claramente que essa contextualização precisa ter sentido lógico. Passar informações vazias sempre se mostrou a pior estratégia para impressionar o leitor.

Evidentemente, quanto mais informações a mensagem detiver, mais amplo é o contexto.

Contudo, é preciso que tais informações se refiram ao objetivo central da comunicação.

Contextualização
Ao comunicar-se, explique-se

Nesse caso, o contexto aplicado no exemplo acima certamente compõe um contexto maior, que situa a ideia central por meio de conjunto lógico de características e detalhes. O tempo e o motivo para a ausência de Pedro e João na reunião estão definidos coerentemente.


As redes sociais estão cheias de conflitos. A maioria deles nasce de problemas de exposição de ideias e conceitos, os chamados ruídos de comunicação mencionados acima.

Boa parte desses ruídos, por sua vez, é motivada pelos detalhes que a gente destacou neste artigo.


Nesse caso, argumentar que comunicar-se bem se mostra questão de melhoria em relacionamento social não seria exagero.

Então, quando participar de debate em redes sociais, procure construir sua mensagem com embasamento contextual.

Ou seja, com detalhes que ofereçam ao texto o mínimo de compreensibilidade.

Esqueça aqueles apressadinhos que não gostam de textão. Estes precisam antes de educação social. Educação acadêmica vem depois.

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FEB Fale e Escreva Bem – Redação e Expressividade.

(Saiba, por exemplo, porque usamos “mais detalhes” e não “maiores detalhes”.)