Posição da Vírgula na Oração

Uma ex-aluna do curso FEB Fale e Escreva Bem – Redação e Expressividade, que está em meus contatos, questionou o uso de vírgulas no seguinte trecho que encontrou em uma matéria na internet:

“Milhares de pessoas se aglomeraram no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, no último dia 15 de junho, para aproveitar…”

Lembremo-nos de que Vírgula não é usada para definir pausas durante leituras eventualmente sonoras conforme se aprende nos primeiros anos de vida escolar. Detém diversas funções e algumas delas são estratégicas.

A ordem oficial dos termos em qualquer oração é:

  • Sujeito → Verbo → Predicado

Este último é composto inclusive por Termos Acessórios (nós vamos falar sobre Termos Acessórios oportunamente).

Uma das funções estratégicas da Vírgula é justamente perverter essa ordem, permitir alteração logica nessa ordem, usada por motivos diversos. Vamos dissecar a oração para saber se a ordem dos elementos está correta:

  • Sujeito: Milhares de pessoas
  • Verbo: aglomeraram
  • Predicado: se aglomeraram no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, no último dia 15 de junho…”

Isto é, a ordem está correta. Percebe-se, então, que as vírgulas não foram usadas para inverter ordem formal dos elementos da oração.

Os sub-trechos “em São Paulo” “no último dia 15 de junho” são locuções adverbiais de lugar e de tempo respectivamente e são considerados Termos Acessórios da Oração. Como estão dentro do Predicado e não estão em desordem, não requerem vírgulas. Nesse caso, a vírgulas são plenamente dispensáveis.

Bem… se dispensáveis, por que foram usadas? Justamente porque se ensina que Vírgula é usada para pausar a frequência sonora da leitura, ou seja, somos contaminados pela necessidade de respirar um pouco enquanto falamos, mesmo que a leitura seja silenciosa.

As vírgulas seriam requeridas na fosse usada a seguinte estrutura oracional:

“No último dia 15 de junho, milhares de pessoas se aglomeraram no Vale do Anhangabaú em São Paulo para aproveitar…”

Pois então!


(Próxima dica: diferença entre “este e “esse, “nessa e nesta”


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Crédito Arte